ATLS ( A,B, C, D, E)
Exame primário
Avaliação e manuntenção das vias aéreas com restrição de movimentos da coluna cervical(A)
- Prioridade
- Qualquer outro esforço de ressuscitação torna-se inútil sem este primeiro passo.
- No trauma fechado, também é prioritária a imobilização da coluna cervical, geralmente obtida com a utilização de colar cervical rígido.
- Coluna Cervical
- Restringir a mobilidade da coluna cervical é uma medida de extrema importância
- Fraturas e movimentações intempestivas do pescoço podem comprometer de forma fatal a medula espinhal alta.
- Permite movimentação lateral parcial da cabeça e uma pequena rotação e movimentação anteroposterior
- Para uma imobilização correta da coluna cervical para o transporte da vítima, além do colar cervical, deve-se utilizar uma prancha longa (rígida) somada ao emprego de coxins laterais para garantir a fixação da cabeça.
- Na sala de trauma, o paciente deve ser retirado da prancha longa devido ao risco de aparecimento de úlceras de pressão.
- Em ambiente hospitalar, os pacientes alertas (Glasgow = 15) e estáveis podem ser avaliados para a não realização de exames radiológicos da coluna e para a retirada do colar cervical
- Se todos os critérios de baixo risco que descreveremos a seguir estiverem presentes, não há necessidade de se radiografar a coluna cervical e o colar cervical poderá ser retirado.
- Ausência de dor ou qualquer sensibilidade em linha média em região correspondente à coluna cervical;
- Nenhuma evidência de intoxicação exógena;
- Nível normal de alerta;
- Sem deficit neurológico focal;
- Nenhuma lesão importante em outro local que possa prejudicar a avaliação correta da coluna cervical.
- Exame secundario
- Pacientes que necessitam de uma avaliação radiológica, e que se encontrem estáveis hemodinamicamente, devem se submeter a uma Tomografia Computadorizada (TC) com multidetectores da coluna cervical até T1.
- Na ausência de TC, radiografias nas incidências lateral, Anteroposterior (AP) e odontoide (boca aberta) são necessárias.
- Considere a existência de uma potencial lesão à coluna cervical em vítimas de traumatismos multissistêmicos, especialmente nas que apresentam nível de consciência alterado ou em casos de traumatismos fechados acima da clavícula.
- Via Aérea
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Sem prejuízo na fonação
- Dificilmente apresentarão obstrução significativa das vias aéreas, devendo este sinal ser observado imediatamente no primeiro atendimento.
- Nestes casos, apenas a administração de oxigênio, sob máscara facial a 11 L/min, é necessária.
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O comprometimento das vias aéreas pode sermanifestar clinicamente de forma súbita ou progressiva.
- Progressiva → agitação, na presença de hipóxia ou letargia, quando predomina a hipercapnia.
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Rebaixamento do nível de consciência
- Via aérea deve ser estabelecida rapidament
- Elevação do queixo (chin-lift)
- Tração da mandíbula (jaw-thrust)
- Manter coluna cervical estabilizada.
- Inspeção da via aérea
- Presença de corpos estranhos, vômitos, acúmulo de saliva e sangue
- Devem ser prontamente aspirados (laringoscopia direta seguida de sucção).
- Vômitos intensos requerem a lateralização em bloco da prancha rígida, com proteção da coluna cervical e aspiração da via aérea com sonda de ponta rígida.
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Acesso definitivo da via aérea
- As indicações no quadro abaixo já podem estar presentes no atendimento pré-hospitalar ou surgirem no momento da realização do exame primário ou do exame secundário, ambos em ambiente hospitalar.
- As principais indicações são:
- Apneia;
- Proteção das vias aéreas inferiores contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico;
- Comprometimento iminente das vias aéreas (por exemplo, lesão por inalação, fraturas faciais ou convulsões reentrantes);
- TCE necessitando de hiperventilação;
- Incapacidade de manter oxigenação adequada com ventilação sob máscara.
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Principais métodos de se acessar definitivamente a via aérea no trauma
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💡 Intubação Endotraqueal
Via Aérea Cirúrgica
- Cricotireoidostomia cirúrgica
- Traqueostomia
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Ventilação e respiração(B)
- Garantir uma ventilação adequada
- Todas as vítimas de trauma devem receber oxigênio suplementar, seja através de máscara facial (fluxo de, pelo menos, 11 L/min) ou de tubo endotraqueal; é necessária a monitorização com oximetria de pulso e eletrocardiografia contínua.
- Inspeção, palpação, percussão e ausculta da região torácica
- Radiografia de tórax em AP deve ser solicitada.
- A ventilação mecânica deve ser iniciada na presença de lesão grave à parede torácica, em pacientes com diminuição do drive respiratório e em casos de hipoxemia com infiltrados no parênquima.
- Lesões que podem comprometer a ventilação de forma imediata
- Pneumotórax hipertensivo
- Hemotórax maciço
- Pneumotórax aberto
- Comprometimento traqueal ou brônquico.
- Essas lesões são melhores exploradas no tópico → Trauma torácico
Circulação com controle da Hemorragia(C)
- Avaliação hemodinâmica da vítima.
- Instabilidade hemodinâmica
- Reposição volêmica deve ser feita preferencialmente através de acessos periféricos.
- Ringer lactato ou SF
- Veia antecubital e as veias do antebraço.
- Na ausência de acessos periféricos, recomenda-se a punção de acessos venosos profundos ou dissecção de veia safena.
- Amostras de sangue devem ser colhidas para avaliação laboratorial (gasometria venosa e dosagem do lactato) e testes toxicológicos.
- A princípio, todo doente politraumatizado em choque é portador, até segunda ordem, de choque hipovolêmico hemorrágico.