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Cateter nasal de O2 (CN O2 )
- Utiliza baixos fluxos e baixa concentração de O2 . Utiliza fluxos de 0,5-5 L/min, sendo que aumentos de 1 L/min tendem a elevar a FiO 2 em 3 a 4% – p. ex., 3 L/min FiO 2 de 30 a 34%.
- A elevação do fluxo acima desses limites não eleva significativamente a FiO 2 e potencialmente traz desconforto ao paciente e risco de lesão à mucosa por se tratar de um fluxo de oxigênio não aquecido e não umidificado.
- O CN O2 é utilizado para casos sem necessidade de altos fluxos de oxigênio, como IRespA sem shunt ou para pacientes com doenças pulmonares crônicas que necessitem de baixa FiO2 .
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Máscara de Venturi:
- Pode fornecer concentrações variáveis e tituláveis de O2 .
- Utilizam-se fluxos de O 2 moderados.
- Além disso, proporciona mistura entre o O2 e o ar ambiente, propiciando níveis precisos de FiO 2 – de 24 a 50% de FiO2 .
- As máscaras de Venturi possuem indicação na suplementação de O2 quando se necessita titular de forma adequada a FiO2 .
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Máscara facial com reservatório → não reinalante
- Pode propiciar alto fluxo e alta concentração de O 2 (FiO 2 90-100%). Devido à capacidade de fornecer alta concentração de O 2 sem mistura do oxigênio inspirado e do ar expirado através de um sistema de válvulas tem como principais indicações IRespA hipoxêmicas graves (SDRA, pneumonia grave).
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Dispositivo bolsa-máscara-válvula:
- Propicia alto fluxo e alta concentração de O2 .
- O fluxo de oxigênio deve ser utilizado em flush rate (esfera metálica do fluxômetro no máximo).
- Além de propiciar alta concentração de O2 , em casos de parada respiratória, pode ser utilizado para prover ventilações.
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Cateter nasal de alto fluxo
- Permite o fornecimento de O 2 aquecido e umidificado através de dispositivos especiais.
- Em adultos, permite a administração de fluxos até 60 L/min, gerando uma pequena pressão positiva nas vias aéreas superiores; a FiO 2 ofertada pode ser regulada conforme a titulação de O2 .
- Pode apresentar melhor tolerância e conforto pelos pacientes em comparação com dispositivos de VNI.
- Considerar uso de CNAF em vez de VNI na IRespA hipoxêmica em adultos internados (recomendação condicional, baixa qualidade de evidência).
- Considerar CNAF em vez de oxigenoterapia convencional para o manejo pós-extubação de pacientes com IRespA hipoxêmica (recomendação condicional, baixa qualidade de evidência).
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Ventilação não invasiva (VNI):
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Refere-se à ventilação com pressão positiva mediada por uma interface (nasal, oronasal, máscara facial e capacete).
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Indicações
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Modos:
- CPAP (continuous airway pressure):
- Oferece pressão positiva contínua nas vias aéreas, ou seja, o paciente respira espontaneamente e a ventilação oferece uma pressão contínua durante todo o ciclo respiratório.
- Apresenta capacidade de oferecer alta concentração de O 2 e altos fluxos de O2
- De forma geral, o CPAP é utilizado para pacientes que necessitam de correção de hipoxemia, como edema agudo de pulmão cardiogênico.
- BiPAP (bilevel positive airway pressure)
- Oferece tanto pressão inspiratória (IPAP) quanto expiratória (EPAP). Apresenta maior benefício em pacientes que se apresentam com hipoventilação, como exemplo, DPOC exacerbado, nos quais não se indica CPAP.
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Benefícios: dentre os pacientes que apresentam maior benefício ao uso da VNI, podemos destacar os seguintes grupos:
- O DPOC exacerbado com acidose respiratória (pH < 7,3 e PaCO 2 > 45 mmHg).
- Não há um limite inferior do pH abaixo do qual a utilização da VNI é contraindicada; porém, quanto menor o pH, maior o risco de falha da VNI e tais pacientes devem ser observados de maneira mais rigorosa. Fortes evidências apontam para redução de mortalidade, necessidade de IOT e tempo de internação.
- Em pacientes com DPOC exacerbado e ausência de acidose, a VNI não apresenta benefícios tão claros. Edema agudo de pulmão cardiogênico. Há boa evidência que suporte o uso de VNI (CPAP e BiPAP), com menor necessidade de
- IOT e otimização dos parâmetros ventilatórios, muito embora o benefício em termos de mortalidade permaneça alvo de controvérsia.
- Pacientes imunossuprimidos em IRespA tipo 1.
- Prevenção de falência respiratória pós-extubação em pacientes de alto risco.
- Pacientes considerados de alto risco são aqueles com mais de 65 anos, com APACHE II > 12 no dia da extubação, insuficiência cardíaca ou doença pulmonar crônica.
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Complicações:
- A VNI é uma estratégia segura.
- As complicações decorrentes da ventilação com pressão positiva (barotrauma, pneumotórax, instabilidade hemodinâmica) são mais frequentes nos pacientes que são submetidos à ventilação invasiva.
- As demais complicações estão relacionadas à utilização da máscara apertada, como lesões de pele, irritação ocular, dor nos seios da face; além destas, distensão gástrica pode ocorrer caso sejam utilizadas pressões inspiratórias mais elevadas.