Dimensões da dor
- Componente sensitivo-discriminativo: percepção e a detecção do estímulo nocivo no que diz respeito à intensidade, localização, duração e qualidade, sendo, portanto, mais relacionado com a dor aguda.
- Componente afetivo-motivacional(sente): A percepção dolorosa é responsável pela associação e pela integração da informação dolorosa com a experiência afetiva aspectos culturais e aspectos relacionados ao momento emocional do indivíduo que conduz a reações comportamentais.
- Componente cognitivo-avaliativa(encara): Relação entre dor e humor, entre as reações emocionais e comportamentais desencadeadas pelo processo doloroso, e é mais relacionado com aspectos da dor crônica. Reflete a avaliação do paciente sobre o significado e as possíveis consequências da dor, da doença.
Tipos de dor
Aspecto temporal:
- Dor aguda:
- Período relativamente curto
- Autolimitada e se resolve com a cura do dano tecidual.
- Quando inadequadamente controlada pode ser um fator ao desenvolvimento de dor crônica.
- Lesão presente = dor aguda
- Fisiopatologia:
- Lesão tecidual→ Inflamação → Liberação de substâncias algogênicas → Nociceptores de alto limiar → Baixo limiar
- Receptores AMPA e NK
- Receptores NMDA fechados
- Torna-se processo patológico
- Dor crônica:
- Prolongada no tempo, normalmente com difícil identificação temporal e/ou causal.
- Pode ser resultante de uma condição crônica ou por consequência de lesão já previamente tratada ou curada.
- Causas:
- Patologias crônicas
- Disfunção SNC
- Fenômenos psicopatológicos
- Gera estresse físico, emocional e ônus social e econômico
- Dor crônica primária
- Dura ou se repete por mais de três meses
- Cessa com a resolução da injúria que a determinou.
- Dor crônica secundária
- Dura ou se repete por mais de três meses, e que continua ocorrendo mesmo que a causa que a determinou desapareça (doença).
Mecanismo fisiopatológico:
- Dor nociceptiva:
- Originada por dano tecidual potencial ou real.
- É possível correlacionar a dor com o estímulo desencadeante.
- Dor somática:
- Sensação dolorosa rude, exacerbada pelo movimento (dor "incidental"). É aliviada pelo repouso, é bem localizada e variável.
- Exemplos: dores ósseas, pós-operatórias, dores músculo-esqueléticas, dores artríticas, etc.
- Dor visceral:
- Distensão de víscera oca, mal localizada, profunda, opressiva, constritiva. Frequentemente associa-se a sensações de náuseas, vômitos e sudorese.
- Exemplos: câncer de pâncreas, obstrução intestinal, metástase intraperitoneal, infarto agudo do miocárdio, colecistite, pancreatite, etc.
- Dor neuropática:
- Lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial.
- Se origina por alterações na via nervosa que leva a informação nociceptiva ao sistema nervoso central (SNC) ou por alterações neuronais no próprio SNC
- Pode ter se originado ou não por dano tecidual anterior e dos efeitos do processo inflamatório decorrente da lesão.
- Sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, podendo ou não ser acompanhada de "formigamento" ou "adormecimento" (sensações chamadas de "parestesias") de uma determinada parte do corpo.
- Exemplos: Neuropatia diabética, neuralgia do nervo trigêmeo, neuralgia pós-herpética, outras neuropatias periféricas, entre outras.
- Dor nociplástica:
- Dor relacionada a nocicepção alterada a despeito da clara evidência de que não há dano tecidual real ou potencial causando ativação dos nociceptores periféricos ou evidências de lesão no sistema somatossensorial.
- Decorre de plasticidade nociceptiva, que reflete mudança na função das vias nociceptivas.
- Hipotetizada como resultado de desregulação neuronal persistente.
- Exemplos: fibromialgia, enxaqueca e síndrome do cólon irritável.
Nociceptores e fibras