INFLUENZA
ASPECTOS GERAIS
- Diferentemente daquilo que ocorre no resfriado, falaremos neste momento de quadros causados por um único vírus: o vírus influenza.
- O vírus influenza é capaz de causar uma série de quadros respiratórios, que são tipicamente notados durante as epidemias sazonais.
- A melhor forma de prevenção é a vacinação anual.
EPIDEMIOLOGIA
- Os quadros de influenza ocorrem todo o ano, mas são mais comuns no outono e no inverno, em especial nas regiões Sul e Sudeste do nosso país.
ETIOLOGIA
- Os vírus influenza fazem parte da família Orthomyxoviridae e são compostos por uma fita simples de RNA. Englobam três gêneros (ou tipos): A, B e C. Os dois primeiros são os principais responsáveis pelos quadros.
- Na superfície dos vírus influenza A, podemos encontrar algumas proteínas que permitem a separação de subtipos (Figura 1_). Estas proteínas são a Hemaglutinina (HA) e a Neuraminidase (NA). Em breve falaremos sobre os antivirais que podem ser usados e você ouvirá estes nomes novamente.
- Essas proteínas de superfície apresentam variações frequentes, como resultado de mutações pontuais no genoma viral. Esta variação ocorre principalmente no gene HA e representa uma vantagem seletiva para o vírus, contribuindo para o estabelecimento das epidemias anuais. Também é possível a ocorrência de mudanças maiores no subtipo do vírus, com a adaptação de vírus encontrados em animais para o homem. Isso pode levar a verdadeiras pandemias globais.
Representação esquemática da estrutura dos vírus influenza A e B com oito segmentos de RNA que codificam dez proteínas virais.
FISIOPATOLOGIA
- O quadro afeta, desproporcionalmente, as crianças com alguma comorbidade, como doenças pulmonares, cardíacas ou neurológicas. Todavia, crianças previamente hígidas também são afetadas e hospitalizadas, sendo responsáveis por uma significativa parcela dos óbitos pelo vírus.
- A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias, mas também é possível a transmissão pelo contato direto com secreções ou por pequenas partículas de aerossol. O período de incubação varia entre um e quatro dias. É curioso observar que o período de excreção viral nas crianças infectadas costuma ser maior do que o observado em adultos.
- O vírus infecta o epitélio do trato respiratório. Após sua entrada nas células, em especial as células epiteliais ciliadas, a replicação viral tem início e em poucas horas novas partículas virais são formadas, espalhando-se para as células vizinhas.
- O resultado desse processo é a infecção lítica das células, com perda da função ciliar, diminuição da produção de muco e descamação da camada epitelial. Este processo pode favorecer uma invasão bacteriana secundária.