Terapia de manuntenção
- Os líquidos usados para a manutenção têm que ser capazes de repor as perdas fisiológicas de água e alguns eletrólitos que ocorrem pela urina, fezes, pele e pulmões. Desta forma, evitam a desidratação, previnem distúrbios eletrolíticos, previnem a cetoacidose e a degradação proteica.
- Habitualmente, esta manutenção é feita com a administração de soluções de glicose, sódio e potássio.
- As necessidades hídricas podem ser estimadas de acordo com o consumo calórico, que varia em função do peso.
- São recomendados 100 ml de água para cada 100 kcal/dia. A antiga proposta de Holliday e Segar ainda é usada por muitos serviços e recomenda que o volume diário a ser ofertado seja calculado da seguinte forma:
- Podem ser utilizadas soluções de glicose a 5 ou 10%.
- A solução final irá atender uma parte das necessidades calóricas normais do indivíduo e será o bastante para impedir a cetose e evitar a degradação proteica.
- Porém, é importante frisar o seguinte:
- Nem sempre a necessidade calórica adequada será atendida e o paciente poderá perder peso.
- Logo, nos casos em que o período de jejum se prolongue, há necessidade de nutrição parenteral.
- Além disso, há vários fatores que podem interferir nas perdas normais de água e eletrólitos que o indivíduo apresenta, como quadros de febre, taquipneia, traqueostomia.
- Tudo isso torna necessária a supervisão cuidadosa com ajustes constantes.
- As necessidades eletrolíticas de manutenção recomendadas são de 3 mEq de Na+/100 kcal/dia e 2 mEq de K+/100 kcal/dia.
- Para isso, é feito o acrescimento de sódio (NaCl) e potássio (KCl) nas soluções.
- Em vigência de determinadas condições, outros eletrólitos podem ser acrescentados na solução empregada. Para calcular os volumes, é importante saber que:
- Veja um exemplo prático de como faríamos o cálculo da hidratação para uma criança de 9 kg que necessita de hidratação de manutenção por jejum pré-operatório:
- Volume a ser infundido nas 24 horas: 100 ml/kg, ou seja, 900 ml (9 x 100).
- Poderemos oferecer este volume na forma de soro glicosado 5%;
- Para cada 100 ml da solução, iremos acrescentar 3 mEq de sódio e 2 mEq de potássio.
- Logo, acrescentaremos 27 mEq de sódio e 18 mEq de potássio.
- Basta fazer uma regra de três e sabemos que isso pode ser obtido, respectivamente, com 7,9 ml de NaCl 20% e 13,8 ml de KCl 10%
- O volume total de soro glicosado (900 ml), NaCl 20% (7,9 ml) e KCl 10% (13,8) será dividido em etapas e infundido ao longo de 24 horas.
- É fundamental notar que este cálculo acima leva à formulação de uma solução hipotônica, com risco de hiponatremia e, por conta disso, é algo que vem sendo bastante criticado nos últimos anos.
- Cada vez mais a recomendação é de que sejam utilizadas soluções isotônicas, com menos risco de desenvolvimento de hiponatremia.
- Estas soluções apresentam uma concentração de sódio semelhante à encontrada no plasma, oscilando entre 135–144 mEq/L.
- A concentração de sódio dos fluidos isotônicos usados pode variar de 131 a 154 mEq/L.