Conteúdo mínimo:
- Definições de crise, situações e tipos de reações
- Abordagem (o que fazer e não fazer)
- Possibilidades de intervenção
- Diferenças da intervenção em crise e do tratamento a longo prazo.
- Emergências psiquiátricas: agitação psicomotora e comportamento suicida
O que é crise?
- Movimentos do indivíduo no esforço de buscar um equilíbrio entre ele mesmo e o seu entorno. Quando o indivíduo passa por alguma situação em que o equilíbrio é rompido, a crise se apresenta, e pode ser conceituada como: manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio que causa sentimentos de desorganização, desesperança, tristeza, confusão e pânico. A desorganização emocional se caracteriza principalmente por um colapso nas estratégias prévias de enfrentamento.
- A literatura identifica que vivenciaremos crises ao longo do nosso ciclo da vida: adolescência, perda de um ente querido, saída dos filhos de casa, e as crises circunstanciais - aquelas não previstas: acidentes, desastres.
- Quatro elementos para identificar uma pessoa em crise:
- Incidente crítico ameaçador: geralmente é uma situação em que a pessoa identifica como perigosa/ameaçadora à sua integridade física/emocional.
- Reação emocional intensa: isso pode ocorrer de maneiras diferentes: choro, irritabilidade, crises de ansiedade, ou se fechando e paralisando: mutismo, estado catatonico, embotamento afetivo.
- Estratégias habitualmente utilizadas não funcionam: pode acontecer de essas estratégias desenvolvidas ao longo da vida não serem eficazes para resolver a situação. Pode perguntar o que a pessoa tentou fazer.
- Estado de desequilíbrio emocional e desorganização: quando ocorre a ruptura com o equilíbrio acontece uma grande desorganização emocional e funcional. Pode ocorrer dificuldade de se comunicar, de reagir, de se auto-cuidar, de trabalhar.
Como as situações de crise afetam as pessoas?
- Entender que cada pessoa tem uma reação diferente a cada situação sofrida, não sendo ela mais fraca ou incapaz, tendo cada indivíduo uma forma de lidar.
- A cada crise fica evidente a instabilidade emocional do paciente. Mostrando que cada indivíduo tem uma capacidade de resiliencia - tendência natural de recuperar ou superar problemas.
- Portanto, nos atendimentos de urgência e emergência, é necessário observar as reações que cada pessoa apresenta, alguns podem ter reações leves e outros reações mais severas. Elas podem se sentir ansiosas, anestesiadas ou insensíveis: A maneira como cada uma vai reagir vai depender muito de fatores, como:
- Natureza e severidade do(s) evento(s) ao(s) qual(ais) foi/foram exposta(s);
- Vivência anterior de situações de crise;
- Apoio que elas recebem de outras pessoas durante a vida;
- Estado de saúde física;
- Histórico pessoal e familiar de problemas de saúde mental;
- Cultura e tradições pessoais;
- Idade
Reações esperadas em uma crise
- As reações podem variar entre manifestações físicas, cognitivas, comportamentais e emocionais. Elas se manifestam no período após a ocorrência de um incidente crítico.
- Parte das pessoas expostas a um incidente crítico apresenta condições para retornar ao nível prévio de funcionamento no após a sua ocorrência/resolução (geralmente de 4 a 6 semanas) e não vai precisar de qualquer tipo de intervenção psicológica posteriormente. Inclusive é recomendável que oriente a pessoa de que essas reações são esperadas e pode durar 4 a 8 semanas.
- Muitas pessoas podem se sentir sobrecarregadas, confusas ou muito desorientadas sobre o que está acontecendo. Elas podem se sentir amendrotadas, ansiosas, anestesiadas ou insensíveis. Nas primeiras 48 horas e em até 4 semanas após o incidente crítico, as reações a seguir são frequentes e podem ir diminuindo ou desaparecerem