Queixa Principal e História da Doença Atual
- Em geral, é melhor começar a entrevista com uma pergunta não estruturada e relativamente aberta para evocar a queixa principal ou preocupação primária do paciente, por exemplo: “Como você está hoje?”, “O que o(a) traz à clínica hoje?”, ou “Você está com algum problema hoje?”.
- Esses tipos de perguntas permitem que o paciente dirija a conversa inicialmente e decida sobre o que discutir primeiro.
- Se possível, o psiquiatra pode conceder ao paciente tempo adequado para apresentar sua queixa principal, ou preocupação primária, de forma ininterrupta.
- Usando a informação aprendida inicialmente sobre o paciente, o psiquiatra deve conduzir as perguntas de forma lenta para obter mais detalhes sobre a queixa principal, a fim de expandi-la para incluir uma discussão mais completa da história da doença atual.
- O entrevistador supõe, e geralmente é o caso, que a queixa principal e a história da doença atual estejam ligadas de alguma maneira.
- É extremamente importante despender tempo e esforço adequados para buscar detalhes consideráveis sobre a história da doença atual.
- De outro modo, ao completar a entrevista, o entendimento do psiquiatra sobre o paciente se resumirá simplesmente a uma lista de fatos e porções de dados, sem a linha associativa pessoal para desenvolver e criar a história desse indivíduo neste ponto no tempo.
- Perguntas sobre a história da doença atual devem conter uma revisão de sintomas psiquiátricos recentes: o início, a frequência, a intensidade, a duração, os fatores precipitantes, os fatores de alívio ou agravamento e os sintomas associados.
História Psiquiátrica Passada
- A expansão da história da doença atual para investigar ocorrência anterior dos sintomas levará a perguntar sobre a história psiquiátrica passada do paciente.
- Essa discussão deve incluir frequência, intensidade e duração de sintomas anteriores; fatores precipitantes, amenizadores ou agravantes, e sintomas associados. A
- revisão da história psiquiátrica do paciente deve abordar perguntas sobre tratamento medicamentoso, terapia ou eletroconvulsoterapia; hospitalizações anteriores; intervenções devidas a abuso ou dependência de substâncias; e ideação ou tentativas de suicídio ou homicídio no passado.
- Com relação à farmacoteria anterior, o psiquiatra deve pedir que o paciente faça uma lista dos medicamentos tomados, incluindo as dosagens, os efeitos colaterais, a duração e a adesão ao tratamento e, se relevante, a(s) razão(ões) de sua interrupção.
- Com relação à psicoterapia, o psiquiatra deve pedir para o paciente descrever todas as experiências anteriores, relatando o tipo de terapia, o formato, a frequência, a duração e a adesão.
- No caso de abordagens relacionadas a substâncias, o psiquiatra deve solicitar ao paciente o relato de uso de substâncias, incluindo a quantidade; a frequência; a via de administração; o padrão de uso; as consequências funcionais, interpessoais ou legais do uso; os fenômenos de tolerância ou abstinência; e a experiência anterior em quaisquer programas terapêuticos, detalhando o tipo e a duração do programa e a adesão do paciente ou a conclusão de qualquer intervenção de adicção (Vergare et al., 2006).
- O entrevistador psiquiátrico deve tentar entender a opinião do paciente sobre a eficácia de todos os tratamentos no passado.
- Ademais, deve evitar recomendar uma abordagem terapêutica considerada malsucedida pelo paciente, prestando especial atenção a tratamentos que foram bem-sucedidos, pois o paciente tem mais probabilidade de responder a essas abordagens no futuro.
- Respostas positivas de membros da família a determinada intervenção também podem prognosticar uma resposta satisfatória ao paciente que está sendo avaliado.