Glossário

• Tipos de lesões:

  • Mácula: lesão plana, não palpável;
  • Pápula: lesões pequenas (<1cm), circunscritas e elevadas
  • Placa: lesões grandes (> 1cm), elevadas e perceptíveis ao tato.
  • Nódulo: lesão sólida, endurada, circunscrita de 1 a 3cm, podendo ser visível ou não. Na maioria das vezes é mais palpável que visível.
  • Vesícula: lesão elevada de conteúdo líquido de 0.5cm até 1 cm de diâmetro. Pode ser isolada ou confluente.
  • Bolha: lesão elevada de conteúdo líquido; > 1cm.
  • Pústula: quando o líquido é purulento.
  • Abscesso: coleções purulentas, em geral proeminentes e de tamanho variável, flutuantes acompanhadas na maioria dos casos de eritema e calor local.
  • Liquenificação: espessamento da pele com atenuação dos sulcos e da cor da pele, com aspecto quadriculado, de malhas poligonais bem definidas

  

  • Perdas teciduais ou lesões elementares caducas:
    • Crosta: resulta da concreção de líquidos (soro, pus, sangue) misturados ou não com restos celulares.
    • Escamas: lesões laminares secas que se desprendem da superfície cutânea.
    • Erosão ou exulceração: perda superficial que atinge somente a epiderme.
  • Modificações da cor:
    • Eritema: cor vermelha devido vasodilatação; desaparece à digitopressão.
    • Enantema: mácula eritematosa localizada na mucosa.
    • Púrpura: avermelhada; mas não desaparece à digitopressão; quando punfitormes (petéquias < 1cm); quando maiores (equimoses > 1cm); quando lineares (víbices)
  • Máculas pigmentares:
    • Hipercromia: mácula de cor variável devido ao depósito de substância na pele como melanina e outras substâncias pigmentares.
    • Leucodermia: mácula acrômica, causada por ausência de melanina
    • Hipocromia: Quando só há diminuição da melanina.

Erupções cutâneas na região de fraldas

Dermatite de fraldas

• Dermatite de contato por irritante primário;

• Condição inflamatória aguda - eritema, pápulas e pústulas na área coberta pelas fraldas.

• Pregas são poupadas e locais mais acometidos são superfícies convexas das nádegas, coxas, parte inferior do abdome, púbis, grandes lábios e escroto

• Incidência aumenta a partir dos 30 dias de vida e até os 2 anos de idade.

• Prevenção - chave para o controle.

• Fisiopatologia:

  1. Pele macerada (amolecida pela umidade) - hidratação excessiva.

  2. Ato de esfregar e limpar;

  3. Presença de amônia na urina e proteases e lipases nas fezes;

     • Consequência: irritação e ruptura cutânea.

     

• Como prevenir?

  • Troca frequente das fraldas;
  • Limpeza suave - água e algodão (se tiver fezes - sabonete líquido)
  • Exposição periódica da pele ao ar;
  • Aplicação de cremes de barreiras;

• E os lenços umedecidos?

  • Podem ser uma alternativa – mas só se tiverem:
    • Tampões de pH para manter uma leve acidez da pele;
    • Livres de substâncias irritativas – álcool, fragrâncias, óleos essenciais, sabão e detergentes agressivos (ex: laurel, sulfato de sódio)
    • Conservantes bem tolerados;

• Cremes de barreira:

  • Formam um filme semipermeável sobre a pele sã ou danificada;

  • Possibilitam a autorregeneração;

  • Escudo físico entre a pele e os irritantes;

  • São a base de óxido de zinco ou petrolato ou lanolina ou vitamina A e ou dexpantenol.

  • Quando usar? Após cada troca de fralda.

    • Estudo comparando a prevalência de dermatite de fraldas em 1971 bebês de três países (China, EUA e Alemanha):
      • Menor taxa de dermatite - China.

  • Por quê? Mais produtos tópicos profiláticos (creme de barreira); limpeza mais efetiva após cada evacuação; trocados com mais frequência à noite.

    

• Em casos de persistência do eritema:

  • Uso de corticoide de baixa potência (Ex: hidrocortisona creme 1%) – 2x ao dia – por dois a setes dias.
  • Corticoide de alta potência (ex: betametasona): contra-indicado - risco de atrofia e estrias.
  • Uso continuo de corticoide de baixa potência: sd de Cushing, hipertensão intracraniana – mesmo com os de baixa potência.

Candidíase ou candidose na área de fraldas

• Dermatite de fraldas com complicação pela infecção por C. albicans
• Penetra na camada córnea - ativa o complemento pela via alternativa - induz intensa inflamação na pele.
• Principal complicação da dermatite de fraldas
• Diagnóstico bastante difícil
• Eritema se intensifica e surgem lesões papulopustulosas satélites associadas a descamação periférica.
• Localização: inicialmente nas pregas cutâneas com posterior disseminação.
• Rash cutâneo severo (“vermelho vivo”) e > 3 dias de evolução:

  • Nistatina – 1ª linha de tratamento – 2 a 4x/dia por 14 dias.

  • Outras opções: Miconazol e clotrimazol.

  • Uso frequente e desnecessário da nistatina - risco de resistência desse antifúngico tópico.

    

Dermatites eczematosas

• Eczema :
  • Erupção inflamatória na pele de etiologia principalmente alérgica.
  • Prurido é constante e como consequência - liquenificação
  • Lesões na fase aguda: eritema mal definido, edema e vesículas.
  • Lesões na fase crônica: placa eritematosa bem definida, descamativa e com grau variável de liquenificação.

Dermatite seborreica

• Doença inflamatória comum e crônica - regiões cutâneas ricas em glândulas sebáceas - ativadas por andrógenos maternos.
• 2ª a 8ª semanas de vida - 10% das crianças < 1 ano.
• Autolimitada - desaparecem após 3 meses de idade.
• Fisiopatologia desconhecida - fungos Malassezia furfur e Pityrospurum ovale possível fator causal.