- Conteúdo mínimo:
- Histórico
- Definições de dependência
- Classificações diagnósticas
- Etiologia
- Epidemiologia
- Contexto social e cultural
- Comorbidades
- Patologia dual
- Abstinência
- Delirium tremens
- Prevenção
- Estratégias de intervenção e tratamento
Introdução
Uma COMORBIDADE é constituída pelo uso de substâncias + um quadro psiquiátrico associado, ou seja, a ocorrência de duas doenças que acometem um mesmo indivíduo, em que uma tende a dificultar o diagnóstico da outra. A patologia dual é uma terminologia que pode ser compreendida como sinônimo de comorbidade. O uso de substâncias e os prejuízos relacionados a elas aumentam as chances de surgimento de outros transtornos.
A presença de substâncias pode mimetizar, atenuar ou piorar os sintomas físicos, cognitivos, emocionais ou comportamentais de outros transtornos psiquiátricos, tornando o diagnóstico ainda mais difícil. O fato é que é comum encontrar, associados ao consumo de álcool e drogas, transtornos como esquizofrenia (7%), transtornos do humor (26%), de ansiedade (28%), alimentares, da personalidade (antissocial 18%), da conduta e de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).
Existem 4 teorias:
- Hipótese da etiologia comum:
- Dois transtornos resultantes de uma mesma raiz neurobiológica.
- hipótese bidirecional: um determinado transtorno resultaria no surgimento de outro, e, depois, independentemente de qual iniciou primeiro, ambos se influenciariam durante seus cursos.
- Hipótese do uso de substância secundário ao transtorno psiquiátrico: a condição psiquiátrica causaria sofrimentos que seriam atenuados ou aliviados pelo uso de substâncias.
- Hipótese do transtorno psiquiátrico secundário ao uso de substâncias: essa teoria apresenta força quando o consumo da substância antecede o surgimento da doença psiquiátrica.
Termos importantes para compreender o abuso de drogas:
- Dependência: pode ser comportamental (busca pela substância e evidências relacionadas de padrões de uso patológico), física (efeitos fisiológicos de múltiplos usos da substância) ou psicológica (desejo intenso pela substância para evitar um estado disfórico). A dependência de caráter comportamental, físico e psicológico caracteriza os transtornos por uso de substâncias.
- O diagnóstico de dependência a uma determinada substância requer a presença de compulsão para o consumo, aumento da tolerância, síndrome de abstinência, alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo e consumo da substância em detrimento de outras áreas de interesse da pessoa (trabalho, p. ex.).
- Coadição/codependência: termo usado para designar padrões comportamentais de membros da família que são afetados significativamente pelo abuso por parte de outro membro.
- Facilitação: Referente a pessoas que incentivam o uso da substância. É um comportamento diretamente ligado a codependência, em que os familiares continuam a agir como se o comportamento do uso de substância fosse voluntário e intencional, e o usuário se preocupa mais com drogas e álcool do que com os membros da família, o que resulta em sentimentos de raiva, rejeição e fracasso. Além disso, o adito pode colocar a culpa na família, que muitas das vezes parecem dispostos a aceitar a culpa ou parte dela.
- Negação: os familiares e os próprios usuários costumam agir como se o uso de substância que causa problemas evidentes não constituísse um problema real. São relutantes a necessidade de intervenção psiquiátrica e continuam a acreditar que uma força de vontade maior e maiores esforços de controle podem controlar a situação.
Etiologia
Fisiopatologia
- Atualmente, há evidências de que a dependência é uma “doença cerebral”, causada por alterações na estrutura e reações neuroquímicas no cérebro do usuário de droga.