EPIGLOTITE AGUDA
- A epiglotite aguda, ou supraglotite, é uma doença grave e potencialmente fatal. Felizmente, tornou-se uma doença menos comum nos dias de hoje, graças à imunização universal contra o hemófilo do tipo b.
- O que ocorre aqui é a infecção tecidual com a inflamação da epiglote e das estruturas supraglóticas adjacentes. O edema dessas estruturas leva à obstrução respiratória e pode ser fatal.
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA
- Como já citado, a doença tornou-se menos comum nos dias de hoje e o perfil etiológico também passou por significativas mudanças nas últimas décadas.
- Tradicionalmente, o principal agente etiológico dos quadros da epiglotite aguda era o Haemophilus influenzae tipo b. A utilização da vacina reduziu dramaticamente os casos de doenças invasivas pelo hemófilo do tipo b, incluindo aí os casos de epiglotite. Antes da utilização da vacina, as crianças mais acometidas tinham entre dois e quatro anos.
- Os poucos casos de epiglotite registrados nos dias de hoje têm sido causados por outras bactérias piogênicas, como o Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus aureus. Contudo, em crianças não vacinadas, ainda é possível se encontrar a epiglotite por hemófilo.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Lembre-se da seguinte imagem: é uma doença de evolução aguda e rapidamente progressiva!
- O quadro clínico classicamente descrito é muito característico: a instalação é hiperaguda. Ao longo de 12 a 24 horas há febre alta (39–40°C), prostração, toxemia, dor de garganta progressivamente mais intensa, intensa disfagia, sialorreia, estridor variável e acentuada dificuldade respiratória. O estridor é um sinal tardio e, quando presente, indica obstrução aérea completa.
- Todavia, é importante destacar que a gravidade do desconforto respiratório presente à admissão pode ser variável, e isso pode fazer com que o diagnóstico não seja considerado.
- A criança assume uma posição típica: a "posição do tripé" (sentada com o tronco para frente, mãos apoiadas nos joelhos, cabeça para frente, queixo para cima, mandíbula protrusa e língua para fora com sialorreia — Figura 12_).
DIAGNÓSTICO
- O diagnóstico definitivo é possível pela visualização de epiglote edemaciada e avermelhada (cor de cereja — Figura 13_) durante a laringoscopia. Porém, atente para o fato de que isso deve ser feito apenas em ambiente controlado, com a possibilidade de obtenção de via aérea.
- Nos casos em que o diagnóstico clínico é muito duvidoso, pode ser indicada a realização de uma radiografia lateral de pescoço, e existe um sinal radiológico descrito para epiglotite aguda: o "sinal do polegar". O sinal é explicado pelo edema da epiglote. O exame não deve ser solicitado quando o quadro clínico indica que se está diante de uma epiglotite aguda, pois qualquer demora na obtenção da via aérea piora o prognóstico do paciente. Lembre-se de que, se o exame for solicitado, a criança deverá estar o tempo todo acompanhada por alguém capaz de realizar a intubação traqueal, caso seja necessário.
TRATAMENTO