Amamentação
- AME (EXCLUSIVO) ATÉ 6 MESES DE VIDA ➡️ SOMENTE LEITE MATERNO
- Caracterizamos AME quando a criança recebe somente leite materno (ou leite materno de outra fonte, inclusive banco de leite) e nada mais! Além disso, eventualmente pode haver a administração de medicações, suplementos minerais/vitamínicos (isso não desconfigura o AME).
- AMC (COMPLEMENTADO) DOS 6 MESES ATÉ NO MÍNIMO 2 ANOS ➡️ LEITE MATERNO + ALIMENTOS SÓLIDOS/SEMISSÓLIDOS
- Alimentos sólidos/semissólidos constituem as papas de frutas, salgadas...
- A criança continua com o leite, mas também acrescenta a papa na dieta.
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Essas são as recomendações do MS!
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- AMP (PREDOMINANTE) = LEITE MATERNO + ÁGUA/BEBIDAS A BASE DE ÁGUA (CHÁS, SUCOS).
- Nunca deve ser recomendado!
- Além do risco de contaminação por causa da manipulação no preparo de sucos, alguns componentes dos chás prejudicam a absorção do ferro.
- AM MISTO OU PARCIAL: LEITE MATERNO E OUTROS TIPOS DE LEITE
Leite materno vs Leite de vaca
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MENOS PROTEÍNA (menor sobrecarga renal)
- Menor % de caseína (proteína de difícil digestão)
- Mais alfa-lactoalbumina
- No LV: mais beta-lactoglobulina (mais alergênica)
LEITE HUMANO |
LEITE DE VACA |
Menos proteína |
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Caseína 40% |
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Alta-lactoalbumina |
Mais proteína |
Caseína 80% |
|
Beta-lactoglobulina |
|
- O leite humano tem 3x menos proteína que o leite de vaca!
- E qual a importância disso?
- A função renal do lactente jovem ainda está se desenvolvendo!
- Além de o leite humano ter menos proteína, o tipo de proteína também é diferente.
- Quando a gente pega a proteína do leite, descobrimos que ele se divide em 2 frações principais: CASEÍNA e PROTEÍNAS DO SORO.
- E qual o motivo de ter menos caseína?
- A caseína é uma proteína de difícil digestão!
- É a proteína do soro encontrada em maior quantidade no leite humano.
- No leite de vaca, a que predomina é a maldita BETA-LACTOGLOBULINA, altamente alergênica.
- Uma das grandes culpas da alergia ao leite de vaca é essa proteína.
-
MAIS LACTOSE (fezes mais amolecidas e pH mais ácido)
- Lactose é o carboidrato do leite.
- Trata-se de um dissacarídeo composto por uma molécula de glicose + uma molécula de galactose.
- E qual a vantagem disso?
- Faz com que a criança tenha fezes mais amolecidas
- Isso é benéfico para o bebê defecar, visto que permanece muito tempo na horizontal e não precisa de presença
abdominal para evacuar
- Torna o pH intestinal mais ácido
- OIisso dificulta a proliferação de bactérias patogênicas e, além disso, alguns elementos são melhor absorvidos em ambiente ácido, como o cálcio.
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MAIS GORDURA
- LM é rico em colesterol (↓risco de dislipidemia na vida adulta)
- Mais PUFA (principalmente ácido aracdônico e ácido docosahexaenóico = importantes para a mielinização da retina)
- Se formos comparar o leite humano com o leite de vaca, vamos perceber que o primeiro tem um pouquinho mais de gordura.
- É quase equivalente a concentração.
- E o que muda?
- É a composição dessa gordura! No leite humano, temos mais colesterol!
- Qual o motivo de ter mais colesterol ser uma vantagem?
- A exposição precoce nas fases iniciais da vida ao colesterol do leite materno é capaz de diminuir o risco de a criança desenvolver dislipidemia no futuro!
- E estão lembrados da bioquímica?
- PUFA é o ácido graxo poli-insaturado de cadeia longa.
- Quais são os ‘PUFAS’ que tem no leite humano?
- É o ÁCIDO ARACDÔNICO e o ÁCIDO DOCOSAEXAENOICOS – são fundamentais para a mielinização do nosso SNC e para a formação da retina. Por mais que estes sejam ácidos graxos não-essenciais, é importante tê-los no leite materno, pois a capacidade de produção do RN é limitada.
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MESMA QUANTIDADE DE FERRO
- LM: maior disponibilidade (lactoferrina)
- Aqui, a concentração de ferro é semelhante em ambos os tipos de leite.
- Entretanto, a BIODISPONIBILIDADE É MAIOR NO LEITE HUMANO. E por quê?
- Graças à LACTOFERRINA, proteína que “rouba” o ferro das bactérias saprófitas intestinais.
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MENOS ELETRÓLITOS (menor sobrecarga renal)
- Vamos ter, principalmente, uma menor concentração de sódio. E qual a vantagem disso?
- O lactente jovem não tem capacidade de concentração urinária, sua função renal é diminuída!
- Se a criança recebe do leite uma grande quantidade de sódio, ela precisa excretar uma grande quantidade de água junto, o que gera um maior risco de desidratação.
-
MAIS FATORES DE PROTEÇÃO!
- MAIS IMUNOGLOBULINAS (principalmente IgA secretória)
- MAIS FATOR BÍFIDO (estimula flora saprófita/efeito bacteriostático)
- MAIS LACTOFERRINA (↑biodisponibilidade de ferro/efeito bacteriostático)
- MAIS LISOZIMA (↑concentração a partir do 6º mês de lactação)
- MAIS LINFÓCITOS/MACRÓFAGOS
- MAIS LIPASE/LACTOPEROXIDASE/OLIGOSSACARÍDEO
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Todas essas diferenças entre o leite humano e o de vaca podem ser contornados pela indústria do leite, com suas formulações de leites infantis.
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No entanto, o leite materno irá sempre se sobrepor, pois apresenta os fatores de proteção, responsáveis por diminuir a mortalidade da criança por doenças infecciosas, diarreicas ou respiratórias.
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O LEITE PASTEURIZADO NÃO TEM O MESMO VALOR BIOLÓGICO QUE O LEITE CRU!
- Durante a pasteurização, vários desses fatores de proteção presentes no leite cru são inativados!
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ATENÇÃO!
- Não é recomendado o leite de vaca para menores de 1 ano!
- Na impossibilidade de aleitamento materno, o que se recomenda é a utilização de fórmula infantil!
- Antes dos 4 meses, se ainda assim for usar leite de vaca, esse leite tem que ser DILUÍDO em água! Não pode o leite de vaca integral!
- É muita proteína e muito eletrólito para a criança.
- Porém, para compensar a perda da densidade calórica, acrescentar óleo no leite.
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Avaliação do suprimento lácteo
- CHORO: não pode ser utilizado como parâmetro para dizer se amamentação está boa ou não (“chora por qualquer coisa”)
- PESO: aumentando (é normal perder 10% na 1ª semana)